sábado, 25 de novembro de 2023

AGENDA 2030 da ONU: Desafios Sociombientais

Em Setembro de 2015, 193 Estados-membros que integram a Organização da Nações Unidas (ONU) comprometeram-se a promover o Desenvolvimento Sustentável nas áreas econômica, social e ambiental, com a AGENDA 2030.  Um compromisso feito através de um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para prosperidade. 
É inegável que os últimos anos têm sido marcados por uma série de desafios significativos que impactam diretamente a busca por um caminho sustentável e resiliente para o mundo, conforme delineado pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A pandemia de Covid-19, as mudanças climáticas radicais, as tensões entre Rússia e Ucrânia, e os recentes ataques terroristas do Hamas que desencadearam a Guerra de Israel contra a Faixa de Gaza são eventos que têm comprometido o progresso em direção a essas metas ambiciosas.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030:

  1. Erradicação da Pobreza: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
  2. Fome Zero: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição, e promover a agricultura sustentável.
  3. Saúde e Bem-Estar: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
  4. Educação de Qualidade: Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
  5. Igualdade de Gênero: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
  6. Água Limpa e Saneamento: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
  7. Energia Limpa e Acessível: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
  8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
  9. Indústria, Inovação e Infraestrutura: Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
  10. Redução das Desigualdades: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
  11. Cidades e Comunidades Sustentáveis: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
  12. Consumo e Produção Responsáveis: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
  13. Ação Contra a Mudança Global do Clima: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
  14. Vida na Água: Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
  15. Vida Terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir florestas de forma sustentável, combater a desertificação e deter e reverter a degradação da terra.
  16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
  17. Parcerias e Meios de Implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável.

No mundo ideal, a Agenda 2030 é um compromisso global para criar um mundo mais sustentável, inclusivo e equitativo. Mas no mundo real a humanidade tem se distanciado destes objetivos e consequentemente o planeta vive uma emergência para garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras.

A Pandemia de Covid-19, mostrou o quanto ainda estamos vulneráveis  nas áreas de Erradicação da pobreza (ODS1),  Saúde e bem-estar (ODS3), Água limpa e Saneamento(ODS6) e Redução das Desigualdades(ODS10). Além disso, a Pandemia colocou luz sobre um aspecto crítico em nosso país que é a Educação de Qualidade (ODS4) em um momento onde houve uma diminuição na média de aprendizagem em todas as séries, principalmente para os estudantes de escolas públicas do Ensino Fundamental e Médio. 

As mudanças climáticas radicais observadas nos últimos anos agravaram ainda mais a urgência de ações para combater a crise climática. Eventos extremos, como observados no Brasil: temperaturas acima da média, seca na região norte com baixa umidade, incêndios na Amazônia, ondas de calor com chuvas acima da média nas regiões Sul e Sudeste, ciclone extratropical no Sul, inundações, vendaval com rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital de São Paulo (SP), têm consequências diretas nos objetivos relacionados à Vida na água(ODS14), Vida terrestre (ODS15), Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS11) e principalmente na Ação Contra a Mudança Global do Clima(ODS13). Mesmo sendo um ano do menino levado El Niño, que aumenta a temperatura das águas do Pacífico e provoca alterações climáticas, o que presenciamos neste ano no Brasil e no mundo foi um grito de socorro do nosso planeta e uma chamada a ação direta para necessidade de ações de mitigação e adaptação da humanidade mediante aos riscos iminentes.

As tensões geopolíticas, como as guerras entre Rússia e Ucrânia, também afetam a busca por um mundo mais pacífico e igualitário, colocando em risco os objetivos de Paz, Justiça e Instituições Eficazes (ODS16). Os ataques terroristas do Hamas e a subsequente guerra em Israel contra a Faixa de Gaza introduziram desafios adicionais, impactando a estabilidade regional e comprometendo esforços para alcançar Parcerias e Meios de Implementação (ODS17). Se a convivência pacífica entre os seres humanos está difícil, mesmo em países que não estão em guerra, o que esperar desta sociedade em relação ao planeta?

Em face desses desafios, a comunidade internacional enfrenta a tarefa de redobrar esforços e adotar abordagens mais significativas, eficazes e inclusivas para superar as adversidades e avançar em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A coordenação global de forma mais enfática é essencial para diminuir os impactos adversos e promover a resiliência em um mundo cada vez mais interconectado e ao mesmo tempo mais individualizado, onde os interesses individuais frequentemente se sobressaem aos interesses coletivos. Há uma necessidade urgente de mecanismos de governança, regulamentação e conscientização para que a responsabilidade social e a cooperação superem o efeito negativo desta dinâmica de interesses individuais frente aos interesses coletivos.







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