domingo, 29 de março de 2020

JANELA DE TRANSMISSÃO IMUNOLÓGICA

Em época de Pandemia toda informação, por menor que seja, se for correta: É IMPORTANTE.
Você sabe o que significa o Termo Janela Imunológica?
Para nós, brasileiros, o dia 1 da pandemia foi oficialmente o dia 26 de Fevereiro. Um mês atrás, em São Paulo. Hoje a Pandemia já se espalhou pelo país. Oficialmente , até o momento, temos mais de 4000 pessoas infectadas e 114 mortes em 32 dias.  Estamos vendo um rápido do crescimento da curva de transmissão do vírus. Esse crescimento exponencial do número de casos, repete como a Pandemia se comportou em outros países do mundo.  Janela imunológica de Transmissão é o período entre a infecção e a produção de anticorpos pelo organismo. Como o vírus pode demorar alguns dias para que os sintomas apareçam... uma pessoa contaminada, pode apresentar resultado falso negativo em um primeiro teste. Daí a necessidade do isolamento social e de se refazer o exame.

Por que a Campanha #FICAEMCASA?

Como estamos neste período de curva acentuada de crescimento da transmissão do vírus, quanto maior o isolamento social, menor a chance deste passar de um indivíduo infectado (mas que ainda não apresentou sintomas) para um saudável. Todo o Território Nacional já está sob o Status de transmissão comunitária do novo Coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Isto quer dizer que, não temos mais como indicar a origem da transmissão. Qualquer pessoa, tendo viajado ou não, pode ser considerado um potencial transmissor, porque o vírus já está circulando. Mas e se você não circular... daí a campanha #Ficaemcasa. Podemos quebrar essa cadeia de transmissão ou amenizar a curva de crescimento da Pandemia se cada um fizer a sua parte. Claro que falando economicamente, é inviável ficarmos muitos meses em isolamento social ou corremos o risco de termos um colapso econômico. Mas, neste momento, é importante reforçar as medidas preventivas como o isolamento das pesssoas com sintomas de gripe e a quarentena das pessoas desta família. 

Neste link você pode obter mais informações sobre a declaração do Ministério da Saúde


Earth Hour 2020

A Hora do Planeta (Earth Hour) é um movimento simbólico contra o Aquecimento Global.
Para mostrar a preocupação com as mudanças climáticas, em todo o mundo, as pessoas são convidadas a APAGAR AS LUZES por 60 minutos. O movimento teve início em 2007. Porém, eu participo desde 2009.
Este ano, a data escolhida foi 28 de março (ontem), das 20h30min às 21h30min. Aqui no Brasil a ONG WWF Brasil é quem organiza.https://www.wwf.org.br/participe/horadoplaneta/ Este ano, além das mudanças climáticas, temos um novo desafio: a PANDEMIA do CoViD-19. O Coronavírus já se espalhou por mais de 150 Países e conter o avanço deste vírus tem sido o GRANDE DESAFIO das Nações em 2020.
 O lado positivo é que hoje podemos ver que somos todos de uma mesma casa, um mesmo OIKOS, o Planeta Terra. Precisamos cuidar melhor do nosso Planeta. O CoVid-19 nos mostrou que divisões políticas-geográficas, econômicas, sociais não distingue quem vai ou não sobreviver a doença. Pertencemos a mesma "raça": A raça humana.
Estamos vivenciando um momento novo na história da humanidade. Países, antes de lados opostos em questões políticas... hoje estão do mesmo lado na luta pela sobrevivência. A palavra Solidariedade tem um novo significado, juntamente com a palavra empatia. Tantas pessoas em quarentena pelo mundo, mas todos unidos pela empatia. Vimos um vírus, mostrar aos seres humanos, que ou a gente repensa nossa responsabilidade frente a esse novo mundo ou teremos muitos entes para enterrar. Outro grande desafio é o colapso econômico que virá pós pandemia.
Hora de esquecermos conflitos e darmos as mãos para não termos uma grande recessão mundial.
"Um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te"
 (Isaías 41:6)


segunda-feira, 23 de março de 2020

Vivendo com a Pandemia de CoVid-19: Um Mundo Novo

Olá, pessoal! Já tem algum tempo... aliás, muito tempo...que não publicava mais no BLOG. Cerca de cinco anos atrás, passei momentos de luto com a morte de muitos familiares queridos e, como acontece com todos... após os óbitos tive que enfrentar DESERTO DO LUTO (após o choque de realidade) . Neste deserto passamos pela fase da negação, do medo, da angústia, do isolamento, da raiva e, no meu caso, da Depressão e da Síndrome do Pânico.

Descobri (depois de alguns anos de terapia) que tentei ser FORTE ao perder meus entes e para tanto, dediquei-me a trabalhar desesperadamente... cinco dias após o sepultamento das duas últimas pessoas, uma delas sendo a minha mãe (em um total de 6) que perdi em 47 dias. Só que esta forma de negação do luto, posteriormente se manifestou como Depressão.

 O fato é que a Depressão em nossa Sociedade ainda é uma doença muito estigmatizada. Passados 11 meses do último sepultamento, comecei a ter sentimentos de entorpecimento, dormência nas extremidades das mãos e dos pés, dificuldade de concentração, náuseas, insônias de até 72 horas e pesadelos quando conseguia dormir. Tais pesadelos eram recorrentes e o desgaste emocional levou-me a buscar ajuda profissional com psiquiatra e psicólogos.

Claro que esta decisão de buscar ajuda não foi tão simples como parece nesta narrativa. O primeiro profissional que eu procurei foi o cardiologista da família. Eu sentia-me com uma profunda tristeza, seguida por muita sudorese e palpitações. Foi ele, o Dr.Luiz, que me alertou para o fato de que eu estava hipertensa, diabética e possivelmente... depressiva. Ele pediu para que eu procurasse com urgência a ajuda de um psiquiatra e, assim o fiz.

Na primeira consulta com minha psiquiatra a única coisa que ela ouviu de mim foi o som da minha voz em uma crise profunda de choro reprimido do tempo em que tentei ser FORTE. Foram cerca de 50 minutos de choro ininterrupto. Nenhuma palavra pronunciada, somente DOR e choro de lamento, saindo em gotas de água salgada que chamamos de lágrimas. Passado a primeira hora de consulta, tentei balbuciar alguma coisa sobre o que me levara a consulta, neste dia falei muito pouco, mas o suficiente para que ela entendesse que o meu quadro depressivo era profundo. Saí do consultório me sentindo um pouco mais leve, por CHORAR... e com várias receitas de antidepressivos, ansiolíticos, remédio sublingual para dormir, entre outros.

Sou uma pessoa pragmática. Então, se para melhorar daquela dor desesperadora que eu estava sentindo, havia necessidade do uso de medicação controlada. Vamos Tomá-las!

As duas primeiras semanas não foram boas, são várias as reações adversas que estes remédios nos causam... acho que tive todas rsrsrs, não tenho como afirmar se tive ou não todas porque nunca li nenhuma BULA dos remédios. Como bióloga e Técnica em Enfermagem, sabia o que eram remédios psicotrópicos, mas naquele momento eram extremamente necessários. Fui afastada do trabalho por motivos óbvios: adaptação do organismo as reações adversas da medicação.

Passado a fase inicial, comecei, aos poucos e vagarosamente melhorar minha qualidade de vida. Voltei para segunda consulta, onde mesmo com momentos de choros compulsivos, pude narrar um pouco do que me levara até aquele consultório.

 Mais 30 dias de licença para cuidar da saúde, procurar uma terapeuta e fazer atividades físicas. Minha rotina antes era acordar às 5h45min., preparar o almoço, trabalhar de 7h às 22h. Sim, esta é a rotina da maioria dos professores brasileiros. Catorze aulas por dia! 5 pela manhã, 5 à tarde e 4 a noite e durante 22 anos minha "louca" rotina incluía pegar os filhos na escola, levar em casa, dar o almoço, levá-los para os esportes escolhidos ou para as aulas de inglês e mal tinha tempo de comer. Nosso carro era nossa casa, dentro dele eram dadas as instruções de como iriam fazer o dever de casa a noite, nosso lazer também era ali, no carro, juntos. Chegava em casa por volta das 22h15min, começava uma quarta jornada de trabalho: olhar a agenda da escola, prepara o lanche, adiantar o almoço, lavar as blusas do uniforme e ver se eles haviam feito o dever de casa, escovado os dentes, deitar com eles, ler um livro, orar por eles, arrumar a casa e enfim, descansar.

Como uma forma de terapia, comecei a fazer academia, aulas de danças e acupuntura. Nesta curta fase, me senti bem melhor... Porém comecei a sentir dor no joelho direito. Procurei alguns especialistas que me disseram ser "derrame articular" também tecnicamente chamada de sinovite e vulgarmente de "água no joelho".

Este nome SINOVITE causa tanta estranhesa que meu professor de dança brincava comigo dizendo que eu era a única pessoa do mundo que tinha SINUSTE no joelho... mas descobri, posteriormente, que havia sofrido esfacelamento da patela e ruptura dos ligamentos. O inchaço apresentado, era acúmulo de pús no joelho. Foi ai então que um novo DESERTO  me foi imposto. Ficar nove meses em uma cadeira de rodas...

Porque estou contando estas coisas para vocês?
O que isso tem haver com a Pandemia do Covid-19?

Bom, eu tinha que começar a escrever de algum ponto vivido. Hoje, 23 de março de 2020, 19h02min, tem 27 dias que a Pandemia chegou ao Brasil (O dia 1 no Brasil foi o dia 26 de Fevereiro) e eu estou novamente enfrentando meus DESERTOS. Desta vez com mais pessoas ao meu redor, ou melhor, com todo o planeta. Cada um no seu quadrado, isolado, ficando em casa, em quarentena... (quando eu era pequena achava que quarentena era de 40 dias), mas pelo desenho que esta Pandemia está fazendo serão uns 180 dias de DESERTO. O que eu posso te dizer agora... uma coisa que digo sempre... Companheiros de Desertos são irmãos que a vida nos apresenta! Então, muito prazer... vamos passar por este deserto JUNTOS! Claro, se você quiser minha companhia. Vamos fazer da nossa "solidão" uma grande companhia, caminhando lado a lado... com distancia de dois metros de segurança, por favor! rsrsrs
Não precisa, o Covid-19 ainda não fez amizade com o vírus do nosso computador