sábado, 27 de outubro de 2012

O MITO DA CAVERNA

Quantas vezes julgamos as coisas apenas pela imagem que vemos nelas? Muitas vezes nós nos deixamos levar pelas aparências e não procuramos saber qual é o real significado das coisas

O Mito ou alegoria da Caverna foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A República”, no livro VII. Na alegoria narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos textos mais lidos no mundo filosófico. Platão (428-347 a.C.) criou a alegoria do mito da caverna para ilustrar seu pensamento, explicando melhor a evolução do processo de conhecimento e a diferença entre a realidade e as projeções falsas ou incompletas feitas dela, as sombras.

Senso comum e Conhecimento Científico 


O senso comum é uma das formas de conhecimento primárias do ser humano. Através de nossas experiências e tradições, buscamos elementos que expliquem a realidade. No entanto,  devemos buscar realizar a passagem gradativa do senso comum para um conhecimento mais racional, organizado e sistematizado, capaz de fornecer respostas cada vez mais elaboradas para os problemas cada vez mais complexos de nossa existência.  
“Teorias são redes; somente aqueles que as lançam pescarão alguma coisa.”Novalis

O MITO

Imagine uma caverna subterrânea que só tivesse uma única entrada, cuja luz só pudesse penetrar por essa passagem. Dentro dessa caverna vivem seres que estão aprisionados por grilhões desde a infância, de forma que eles nunca puderam olhar a não ser para o fundo da caverna. Da parte de fora da caverna existe uma fogueira acesa ao longe, que brilha por detrás deles. Entre a fogueira e os seres aprisionados, existe uma estrada, e um pequeno muro, semelhante a um tapume de teatro de marionetes. Imagine agora, que os homens que passam por essa estrada carregam todos os tipos de utensílios, de todas as formas, uns falando e outros sem dizer nada. O que os prisioneiros podem ver são apenas as sombras projetadas no fundo da caverna, com suas distorções e irregularidades, visto que a fogueira não emite uma luz estável. Para esses seres o que eles vêem é o mundo real. O que eles ouvem não passa de uma amalgama de ecos, pois os sons se misturam ao entrar na caverna. Se alguém soltasse um desses prisioneiros, e o forçasse a endireitar-se, voltando os seus olhos para a luz, todos esses movimentos o fariam sofrer, e o ofuscamento o impediria de olhar os objetos os quais, há pouco, ele só conhecia as sombras. Quando ele já estivesse acostumado com a claridade, ele ficaria imensamente embaraçado em constatar que os objetos reais são muito diferentes daquilo que ele acreditava, conhecendo apenas suas sombras. Imaginemos ainda que ele fosse obrigado a sair da caverna, à luz do Sol. Ele sofreria muitíssimo, e ficaria até revoltado por ter sido arrastado à luz, pois os seus olhos ficariam completamente ofuscados pelo brilho do sol, impedindo até que ele olhasse os objetos que dizemos serem verdadeiros. Para ele habituar-se, e ver esse mundo superior, inicialmente ele veria com mais facilidade as sombras, depois as imagens dos homens e dos objetos refletidos na água, depois os próprios objetos, depois a luz dos astros e da lua, e finalmente o sol da forma com que ele é. Pôr conseguinte ele compreenderia acerca do Sol, que é ele que produz as estações e os anos, que governa as coisas do mundo visível, e que de alguma maneira, é a causa de todas as coisas que ele e seus companheiros viam refletidas dentro da caverna. Depois de então conhecer as coisas como elas realmente são, esse ser obviamente não iria querer novamente aquela vida da caverna, mas imaginemos que ele voltasse à caverna. Inicialmente a escuridão ofuscaria a sua visão momentaneamente, e os seus companheiros ririam dele por ter saído para fora da caverna, e perdido a visão, e que essa saída não vale sequer a pena. Quando enfim ele recuperado da visão tentasse convencer seus companheiros que lá fora é que havia a realidade e o belo, esses companheiros o matariam, pois sentir-se-iam ameaçados a serem forçados a subir e ficarem cegos.

Assista o vídeo abaixo 

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