Como vimos no post Cientistas que fizeram historia: Charles Darwin embarcou, aos 22 anos, naquela que seria a viagem da sua vida. A bordo do navio britânico HMS Beagle, ele iniciou uma viagem pelo mundo. Durante quase os cinco anos que durou a viagem, iniciada em 1831, Darwin visitou diversos locais da América do Sul (inclusive o Brasil) e da Austrália, além de vários arquipélagos tropicais. Já maduro Charles Darwin escreveu: "A viagem do Beagle foi de longe o acontecimento mais importante de minha vida e determinou toda a minha carreira".
O Beagle era uma corveta de três mastros da Marinha Real Inglesa, era comandado pelo jovem aristocrata Robert Fritz-Roy, que na época da expedição tinha 26 anos. Fritz-Roy não poupou despesas nos reparos e melhorias do Beagle, com o levantamento do convés e a instalação do melhor e mais recentes equipamentos de navegação. Ele contratou um construtor de instrumentos matemáticos para manter os 22 cronômetros posicionados dentro de sua cabine, e o primeiro oficial desenhista Augustus Earle. Adoecendo este na cidade de Montevideu, FitzRoy o substituiu por Conrad Martens, que estava no Rio de Janeiro a caminho da Índia e que recebeu o título de segundo oficial desenhista.
Charles Darwin foi convidado para a viagem depois que dois amigos de Fritz-Roy se recusaram a participar: O Reverendo Leonard Jenyns, vigário de Swaffham Bulbeck, e o professor de Charles Darwin, John Stevens Henslow, que tinham outros compromissos. Ambos indicaram Charles Darwin para a expedição. Fritz-Roy não conhecia Darwin, mas ao longo da viagem se tornaram grandes amigos.
Na viagem de exploração hidrográfica e cartográfica, Darwin foi admitido como naturalista, sua função era pesquisar a geologia, os animais e as plantas. Seus estudos renderam matéria-prima para a elaboração de A Origem das Espécies(1859).
Durante toda a expedição, Darwin escrevia suas observações em um diário de bordo, que mais tarde se transformou no livro A Viagem do Beagle, publicado em 1839. Ele teve a oportunidade de observar o mundo de tantas perspectivas diferentes, como poucas pessoas já fizeram: a cavalo, de mula, a pé, de navio, dentro das cavernas, no gelo da Patagônia, na Austrália e até nas ilhas do Oceano Índico.
Para Darwin, o Beagle funcionou como uma escola em alto mar. Durante a viagem ele aprimorou sua capacidade de observação, tornou-se um estudioso aplicado, um pesquisador interessado e um cientista brilhante.
Orientado pelo professor Henslow Darwin levou em sua bagagem o livro Princípios de Geologia (1830-1833, uma obra de três volumes), de Sir Charles Lyell (1797-1875). Darwin levou o primeiro volume de Princípios da Geologia com ele e pediu para que o segundo fosse-lhe enviado enquanto navegava. Mais tarde ele escreveu: "Parece que meus livros saíram da cabeça de Lyell." Além do livro de Lyell, Darwin também teve a influência das ideias do vigário inglês Thomas R. Malthus (1766 – 1834) na elaboração do conceito de seleção natural.
Bem, este post é apenas uma introdução da viagem de Darwin ao redor do mundo. É que tem tanta coisa interessante que envolve esta viagem que seria impossível descrevê-las em uma única postagem.
Continua na próxima semana...
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