Esta semana a cidade de Maceió, esteve em todos os noticiários por um problema que desde 2018 tem sido vivenciado pelos moradores de vários bairros da cidade. O drama do colapso do solo, está relacionado à exploração de sal-gema pela empresa Braskem. A situação é complexa e envolve questões ambientais, sociais e econômicas.
Em 03 de março de 2018, um tremor de terra causou afundamento do solo e rachaduras em casas e estabelecimentos comerciais de cinco bairros de Maceió: Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. Após análise do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), chegou-se a conclusão que as atividades de extração de sal-gema pela Braskem estavam causando danos ambientais e contribuindo para a subsidência do solo. Os danos estruturais observados representava uma série de ameaças para a segurança dos residentes. Desde então, a Petroquímica que extraía o minério na região desde 1976 encerrou suas atividades nas 35 minas existentes na capital alagoana. Começava aí uma interdição obrigatória que transformou em definitivo a vida de moradores e comerciantes que tiveram suas trajetórias alteradas com a desocupação dos bairros no entorno da Lagoa Mundaú. Quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, histórias e memórias para trás, bairros tradicionais, antigos e populosos viraram bairros fantasmas. Igrejas antigas, escolas tradicionais, hospitais e até mesmo a sede do IMA foram desocupadas, o Cemitério Santo Antônio, em Bebedouro, do século XIX, acabou sendo fechado em 2020.
O engenheiro civil e professor aposentado da Ufal, Abel Galindo e o ecologista e pesquisador José Geraldo Marques foram os primeiros a alertarem sobre os problemas socioambientais causados pela antiga Salgema, atual Braskem, mesmo antes da subsidência dos bairros. Desde 2010, vários estudos já indicavam a mineração predatória da Petroquímica.
O que é sal-gema?
Colapso da mina e tragédia urbana na capital
toda população que ainda reside na região do Bom Parto e impediu a circulação de embarcações na Lagoa Mundaú, no bairro Mutange.
- Subsidência do Solo: O afundamento do solo pode resultar em uma tragédia urbana em caso de colapso.
- Impacto nos Bairros: A geografia dos bairros de Maceió já foi modificada nestes últimos 5 anos. Mas não se pode prever quantos outros bairros fantasmas podem surgir na capital caso haja uma tragédia.
- Risco para a população: Além dos danos materiais, a segurança e a saúde dos moradores devem ser prioridades neste momento. O colapso do solo pode representar riscos graves para a vida além dos impactos psicológicos na comunidade.
- Responsabilidade da Braskem: A empresa Braskem foi apontada como responsável pelos danos. A situação é um exemplo de como a exploração inadequada de recursos naturais pode ter sérias consequências para as comunidades locais. As soluções para esse drama envolvem uma abordagem multifacetada, que inclui compensação para as vítimas, remediação ambiental e reformas regulatórias para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.
- Ações Governamentais: É preciso aprimorar as regulamentações ambientais e a fiscalização das atividades industriais para avaliar os danos e encontrar soluções a longo prazo. Neste momento, as autoridades têm que estar envolvidas no monitoramento e na gestão da crise.
- Aumento da salinidade na lagoa Mundaú: A Lagoa Mundaú faz parte do Complexo Estuarino lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), o sal-gema ao se misturar com a água da laguna pode aumentar a salinização causando sérios impactos ambientais neste ecossistema que possui um valor socioeconômico significativo para o estado de Alagoas.