segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Depois do Vendaval

Como se conta o tempo depois de um vendaval...
Estive pensando sobre isto nestes dias, entre as festas de final de ano. Passamos a contá-lo a partir da tragédia. Vamos contando dia após dia, semana após semana na esperança de que quanto mais o tempo avança a dor da ausência se transforme em doce lembrança. Mas, de repente, passamos a contá-lo de trás pra frente, do momento fatídico aos últimos dias, meses, anos onde ainda não havia acontecido... Outrora projetamos como seria o tempo se, por um instante, fosse possível evitar as fatalidades da vida. Como é difícil viver o tempo presente, caminhando, indo e voltando, avançando e retrocedendo! A VIDA ganha outro sentido. Aliás, fervilha de sentidos e as ações ganham outros significados. Passado, presente e futuro são refletidos, pensados e projetados. Como se um grande telão pudesse, em alguns instantes, mostrar as voltas que a vida dá e o avesso do que ficou lá. Embrulham-se as emoções de uma forma quase impossível de separá-las no emaranhado entre futuro e passado. E o laço do presente, que é a VIDA, fica como um nó que desce pela garganta no choro contido ou na lágrima que insiste em cair quando percebemos que hoje, depois do vendaval, uma parte da gente não chegou ao Presente! 


12/01/2015 – 20h52 – Glaucia Esteves

(In Memorian Dalva Esteves da Silva, Alessandro Esteves da Silva e Marcelo Filipe Vieira Silva)



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