terça-feira, 14 de agosto de 2012

Novo alerta para a perda de biodiversidade

Novo alerta para a perda de biodiversidade
Estudo publicado na «Nature» refere deterioração
de florestas africanas e latino-americanas
2012-07-26
William Laurance, da Universidade James Cook


A biodiversidade das áreas tropicais protegidas está seriamente ameaçada, uma situação que afecta da Amazónia e várias florestas da América Central, segundo estudo publicado na «Nature». A situação da biodiversidade em áreas tropicais protegidas é extremamente variável. Metade das reservas estão bem, mas a outra metade, não. Quem o diz é William Laurance, biólogo da Universidade James Cook (Cairns, norte da Austrália) e autor principal do estudo.

As áreas mais ameaçadas são aquelas em que o nível de protecção diminuiu nas últimas décadas ou que estão a ser prejudicadas por actividades económicas realizadas em zonas vizinhas, como a exploração florestal, a invasão de terreno, queimas para criar novas zonas de pastagem e a exploração mineira ilegal.

A situação deteriorou-se rapidamente nas reservas africanas, mas também é preocupante nas florestas latino-americanas. William Laurance chegou a esta conclusão depois de entrevistar 262 biólogos com mais de 20 anos de experiência em 60 reservas de 36 países.

Na América Latina, a situação está a mudar, pois existem uma série de clareiras na Mata Atlântica do Brasil, na América Central e em partes da Amazónia. No entanto, as áreas mais remotas desta floresta ainda estão bastante preservadas.

Entre a fauna mais ameaçada encontram-se alguns dos principais predadores, como jaguares e tigres, assim como animais de grande porte, como elefantes da floresta africana, rinocerontes e antas. Também estão a diminuir em grande número os exemplares de peixes de água doce e anfíbios, além de morcegos, lagartos, e cobras não venenosas.

Os primatas, as aves da submata, as serpentes venenosas, as grandes aves que se alimentam de frutos e as espécies migratórias também se encontram ameaçados, sendo, no entanto, menos vulneráveis.

Os especialistas ficaram surpreendidos pelo aumento considerável de lianas, espécies invasoras, e árvores de crescimento rápido e de intolerância absoluta à sombra de outras árvores, que aparecem nas clareiras das florestas.

Para travar esta perda de biodiversidade, Laurance recomenda a criação de 'zonas-tampão' entre as áreas protegidas e as áreas circundantes. Defende, também, que se trabalhe com as comunidades locais para promover um uso mais benigno do solo.
Fonte(Referências): http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55010&op=all
Ciência Hoje

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